AS CASAS DE BANHO JAPONESAS
Não sei se somos nós que estamos atrás ou eles que estão à frente mas a verdade é que as casas de banho japonesas são um paradigma de sofisticação e os nossos "petits coins", para usar a deliciosa expressão francesa, são de fazer corar o "gaijin" (voltarei aqui um dia destes), tal o evidente atraso que revelamos numa matéria tão sensível e tão relevante como são as casas de bannho.
A fotografia acima é um painel colocado na cozinha (portanto, relativamente distante da casa de banho) que permite ligar a banheira, pôr o banho a correr e regular a temperatura da água. Faz sentido: se estamos de olho no forno por causa do souflé, não se pode arredar pé para tratar do assunto e assim, à distância, trata-se de tudo.
A segunda fotografia é um outro painel de comando na antecâmara da banheira e permite regular o compartimento onde a mesma está instalada (que é uma divisão à parte), nomeadamente ligando um secador, um ventilador, um aquecedor e um AC. Tudo pode ser programado com um relógio.
Este terceiro teclado está instalado junto à banheira, o que me obriga a exercícios de contorcionismo com medo de o molhar e morrer ali electrocutado (o que seria chato, quanto mais não seja porque acabei de chegar e causaria um problema de cariz consular). Regula a temperatura do duche, enche a banheira e faz outras coisas que eu ainda não descobri.
Mas claro - são as retretes TOTO o ex-libris das casas de banho japonesas. Estranhamente, como alguém me comentava há dias, não se percebe porque é que este maravilhoso produto não tem conhecido sucesso no mercado externo já que não é coisa que se veja pela Europa ou Américas.
Note-se no painel de comando colocado à direita do utilizador. A primeira função é aquecer o tampo onde o utilizador se senta. Confesso que causa uma sensação algo estranha... Depois há o "limpador" que é um esguicho de água direccionado. Sublinho que são accionáveis as versões masculina ou feminina, com perfil anatómico próprio em cada uma. A temperatura da água também aqui é regulável. Depois, pode ainda ligar-se o secador (como um secador de mãos), que, como o nome indica, seca a região em uso.
Não é fácil mas é fascinante. Felizmente pode-se desligar tudo isto e viver numa casa de banho à antiga, como estamos habituados. Confesso: é o meu caso.