24/09/2010

Tóquio e os mitos urbanos





Todas as cidades têm mitos urbanos e Tóquio não é excepção: a estátua do cãozinho que aqui se vê - e que está em Shibuya - é o mais paradigmático do diz-que-disse desta cidade. Todas as manhãs, diz a lenda, o fiel Hachiko acompanhava o seu dono, o professor Ueda Eisaburo, até à estação de comboios e todos os dias, ao entardecer, ali o ia esperar para o acompanhar no regresso a casa. Num triste dia, em 1925, o professor Eisaburo teve um ataque de coração e morreu na universidade o que, como se compreende, o impediu de voltar a casa ao final desse negro dia. Mas o bicho esperou, esperou e todos os dias, durante vários anos, foi para a estação à espera do dono que teimava em não regressar. Hachiko morreu em 1934 e diz-se que nesses nove anos nunca falhou o sempre adiado reencontro com o seu dono. Tolhida pela emoção duma estória que a todos tocou, o cão foi feito estatuária e ali jaz, à porta da mega-estação de Shibuya. Os detractores desta estória dizem que Hachiko só ia até à estação porque a loja do canto lhe dava de comer e há até quem afiance que, morto o bicho e dissecadas as entranhas, ali se descobriram os paus das espetadas da loja vizinha.

(a estátua que se vê é a segunda porque a primeira foi derretida no tempo da guerra para fabrico de armas pelo que o pobre Hachiko nem depois de morto teve sossego...)

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