06/09/2010



E de repente, a belle époque (ao som de Mahler)



Uma praia assim faz lembrar os dias de nevoeiro na Ericeira, os fins de tarde no Estoril ou meninas falsamente pueris de chapéu de palha, a correr de pés descalços, fugidas de um livro de Fitzgerald. Faz lembrar uma certa sinfonia de Mahler que o vento transformou em sonata fúnebre. Descontando os exageros próprios de um tempo que é o nosso, a costa belga preserva, em certos recantos, o charme decadente da belle époque. E é nesse arco de bondade que vai de Knokke a De Hann (lá onde se refugiaram do mundo Leopoldo II ou Einstein) que se reencontra mais uma vez uma inocência que se julgava para sempre perdida. Num manto diáfano de cores que a quentura do sol não consumiu.











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