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09/05/2011


HABITOS ALIMENTARES


Uma visita a um supermercado em terra alheia é sempre um exercício interessante - é também no modo como cada povo olha para o prato que se aprende muito e se percebem hábitos. A estranheza não deve, por isso, ser vista como crítica. Afinal somos nós, portugueses (ou alguns de nós), quem come coisas estranhíssimas como perninhas de rã, língua de vaca ou dobrada. E os franceses comem escargots, coisa que, convenhamos, só com acentuada generosidade se pode arrumar, como eles o fazem, na categoria dos pratos requintados.

Numa visita a um supermercado local, eis algumas curiosidades:


Gelado de chá verde (chá verde dá para todas as variações e existe coca-cola de chá verde e chocolate Mars de chá verde)


Peixinhos secos como aperitivo


O meu preferido - quando olhei pensei que eram maçãs geneticamente manipuladas mas não. Não vá o cliente enfadar-se, criaram estas caixas com metade de uma maçã de cada tipo. Genial.

21/02/2011

Um pelintra europeu de volta a casa




Os chocolates em Tóquio vendem-se nas boas casas (adoro a expressão), como jóias se vendem na Europa. Há aqui a Godiva ou o Leonidas, mesmo o meu adorado Marcolini mas há depois marcas como Lanvin ou H que são menos (ou nada) conhecidas na Europa. Evidentemente, os chocolates são tão caros que não se vendem à caixa - como em Bruxelas - mas à unidade. É perfeitamente normal ir a uma destas lojas requintadíssimas e pedir um pequeno saco com 2 bombons e trazer para casa para um jantar romântico (ou não).

Nesta lógica, alguém em contava há dias que, tendo vivido em Tóquio alguns anos, voltou à Europa e entrou numa chocolataria dessas muito conhecidas. Pediu, como sempre fazia, dois bombons. A empregada olhou com desprezo e admiração e respondeu: "Madam, the minimum is five...".

30/12/2010


Uma saladinha de frutas para o réveillon...




Não sei o que faça para o jantar da passagem de ano - estou na dúvida se opto por uma caixa de 6 laranjas a 130 euros ou se 10 morangos brancos (brancos?!?) por 155 euros? Na dúvida, se calhar compro as duas caixas e faço uma saladinha de frutas... Alguém quer dar uma sugestão?

15/11/2010

After the lobster cookies, the amazing new sandwiches of…



… spaghetti!

This blog is a firm believer in multiculturalism, even after all that happenned in the last decade. But still, here, we very much love the so-Portuguese beloved “sandes mista”. This a strange and fascinating new world!

27/09/2010

Japanese Food - There are more things in heaven and earth Horacio than are dreamt of in your philosophy

Para ser muito franco, não sou um grande fã de sushi. Admito, porém, que, como me dizia amigo avisado há dias eu esteja, qual Pessoa a deglutir coca-cola, na fase do estranhamento a que entranhamento se sucederá. Poderá ser. De qualquer modo, não me furtei, dois dias passados de aqui chegar, de um jantar completo de sushi, de que aqui fica prova para os mais cépticos.




Não creio que me torne, como alguns, um apaixonado que calcorrerá seca e meca (ou Tóquio e Nagasaki, por aqui), à procura deste peixinho cru. Mas o que tenho vindo a aprender é que há muito mais do que sushi na culinária japonesa. A semana passada fui a um outro restaurante onde, ali mesmo se preparavam umas deliciosas entradas:



Seguiu-se uma outra iguaria chamada "okonomiaki", que também é feita ali mesmo e que, com diversas variantes possíveis no que toca aos ingredientes, é qualquer coisa que, se posso comparar para efeitos de melhor compreensão, anda entre a omelete e a panqueca e que é absolutamente delicioso! Aqui:



No que diz respeito às sobremesas, julgo que não será o forte da culinária local (porventura engano-me e preciso de mais uns dias). A fruta é caríssima (assunto a que depois voltarei), mas comi outro dia uma espécie de sonhos fritos (cujo nome em japonês também já não me lembro), recheados de compota (pelo menos parecia), envoltos numa massa de arroz e depois coloridos de várias formas, sendo que a que comi e aqui se vê é a versão chá verde:


Claro que há muitas vezes que como coisas que não faço a mais pequena pálida e remota ideia do que possam ser (se calhar é melhor assim). Nos restaurantes, a generalidade das ementas está apenas em japonês mas, grande e utilíssima criação local, à porta existe uma reprodução fiel dos pratos em plástico e, para aqueles que, como eu, possam ter dificuldades para se fazerem entender, basta apontar. Simples e eficaz!



Última nota: quando há dias o calor apertou e os parques se encheram, os japoneses saíram em júbilo pré-equinocial. Juntei-me a eles, evidentemente, e, como qualquer bom autóctone, comprei a afamada e tão típica caixa com o almoço - o "banto" - e comi ao ar livre desfrutando do sol. Acompanhei a refeição (excelente - mas havia uma coisa amarela que não percebi se era acompanhamento ou sobremesa) com um chá porque quando pedi uma coca-cola a senhora da loa olhou para mim com um ar de tal modo aterrorizado que achei que lhe ia dar uma coisinha má...


18/09/2010


A lula contra-ataca (em japonês)



Quando cheguei à caixa para pagar a embalagem da lula gigante recheada com arroz, a menina apontou para a dita, sorriu esgalhada e, com ar semi-aflito, balbuciou qualquer coisa. Tinha ar de quem lançava um apelo lancinante, um aviso à navegação, um grito de alma incontido. Sorri e disse que não falava japonês. Ela permaneceu impávida, continuou e elevou a voz (que atire a primeira pedra quem nunca achou que falar mais alto era a técnica de tornar compreensível uma língua lontana). Repeti a minha mensagem de ignorância mas ela não queria saber e apontava a lula, agora com postura semi-imperatorial, temperada mesmo com laivos de violência. Seria pesca ilegal? Estaria fora do prazo? Provocaria algum desarranjo? O que me queria ela explicar? Que fosso intransponível se cavou entre nós tendo como pretexto uma lula?

Sem me dar por vencido, trouxe a lula para casa e fiquei a olhar para ela, em tenaz movimento giratório no prato do micro-ondas. Comi - confesso - com um ligeiro (vá lá: ligeiríssimo) receio. Mas tirando o facto de ser uma lula seca e dura (quase hirta, dir-se-ia), não me pareceu levantar problemas. Até agora, pelo menos. De qualquer modo, há uma mensagem a extrair da lula japonesa. Só falta saber qual.