05/11/2010

Cenas da vida diplomática - lições de uma vida errante


Dentro de dias recebo um contentor com 180 caixotes: são as minhas coisas que andaram pelo mundo, em viagem de circum-navegação. Despedi-me delas em Bruxelas, em meados de Julho, vi partir a minha vida, encaixotada por quatro homens de fato-macaco, num camião TIR a transbordar. Agora, se tudo correu bem, o que é meu volta a mim, nessa ternura dócil do reencontro.

Durante cerca de quatro meses vivi reduzido a duas malas de roupa, um porta fatos e um computador portátil, andando de cama em cama por vários quartos de hotel. Era pouco? Era. Mas era suficiente. Passei provações? Não, se exceptuarmos que já estou um pouco farto de usar sempre as mesmas camisas e as mesmas gravatas (e os mesmos pólos de fim de semana). Mas isso não pode deixar de me fazer pensar que os objectos que acumulamos na vida servem afinal para muito pouco e são, em grande medida, supérfluos. Pode-se viver reduzido à essencialidade do que cabe num quarto de hotel. Mas dito isto, estou desejoso de me sentar no meu sofá, a olhar para a minha Helena Almeida, a ouvir o meu Requiem e a beber o meu gin tónico. A vida tal como ela é.

1 comentário:

  1. anch'io voglio un gin tonic!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!sono a meno 6 kg e sono quasi 2 mesi senza alcool! Get me a drink!!!!

    F

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