08/11/2010

Desistir do belo

Amiga que e' anjo (juro), enviou-me link (apontador, parece que diz assim), para noticia sobre encerramento de cursos de humanidades numa universidade inglesa. Já fechou história e vai agora fechar filosofia. Na faculdade de letras de Lisboa, o debate já se fez e creio que alguns cursos também foram encerrados. Esta minha amiga comentava tratar-se de sinal de decadência do ocidente. Numa analise superficial - verdadeira mas superficial - poderia denunciar-se uma abordagem economicista de cursos que não "rendem", que não tem saídas no mercado de trabalho. Mas e' mais do que tudo isso. São sintomas de uma sociedade moribunda que deixou de perceber que há vida para alem duma folha de excell, dum plano oficial de contas, dum código civil ou dum manual de anatomia. Há naquilo que se vulgarizou chamar humanidades (como se o resto não fosse...), uma via da procura do belo, esse sinal visível do sagrado que podemos suportar com os sentidos (não me canso de citar esta frase de Platão). Porque como dizia Dostoyevsky "a beleza salvara o mundo". Desistir da procura do belo tornara o mundo um local muito pior do que ele e' hoje.

Enviado do meu iPhone

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