Do Mar Egeu ao Mussulo
(nos 35 anos de independência de Angola)
O meu amigo CD já me tinha dito (e comprovado por fotografias) que tinha lido o meu livro do Garrett debaixo do sol grego, por entre delícias mediterrânicas. Outro amigo, PPdS, disse-me ontem, num mail, que tinha lido também o livro num barco, no mar Egeu, numa viagem, numa ida e numa volta (sem especificar que pontos se unia, mas é irrelevante). Eles não sabem mas esta ideia de lerem o meu ópusculo na Grécia é do mais simpático que me podem dizer sobre o livro. Mesmo mais que me dizerem que gostaram do que lá vem...
...e isso fez-me lembrar as tardes no Mussulo, em Luanda, em dias de calor e humidade infernais, onde se chegava num barco quase-veloz capitaneado por um marinheiro improvável que nos deixava numa praia deserta a comer pataniscas de bacalhau, feitas pela minha inesquecível Bela. A mulher que só se zangou comigo uma vez quando eu disse que ela tinha de ir votar quando fossem as eleições. Nesse dia abriu os olhos e respondeu: “para quê? Para nos roubarem a liberdade?”. Não adiantava explicar que só indo votar ela a resgatava de novo. Penso na Bela, hoje, no dia em que se celebram os 35 anos de independência de Angola.
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