O surrealismo em Tóquio
Tóquio é o exemplo daquilo que os franceses chamam o "embaraço da escolha": chega-se ao fim de semana e o problema é saber o que fazer quando a oferta é esmagadora. Há de tudo: exposições magníficas, concertos excepcionais, lojas novas, mercados e feiras para todos os gostos, festas sobre todos os temas.
O National Art Center é um dos meus espaços preferidos: não tem uma colecção fixa mas acolhe, permanentemente e em simultâneo, quatro ou cinco exposições do melhor que há no mundo de arte moderna/ contemporânea. Através da parceria com o Pompidou, trouxe agora para Tóquio uma exposição extraordinária sobre o surrealismo europeu. Começa com uma sala escura onde, no centro, está exposto o manifesto de 1924 de André Breton e depois continua com todos os nomes que se impõem: Max Ernst, Paul Delvaux (com quadros vindos do BOZAR, em Bruxelas), Juan Miró, Magritte, Picasso, M.Duchamp e mesmo o filme (que eu já tinha visto e de que não gosto) de Luis Buñuel, O Cão Andaluz. Passa-se em revista a história do surrealismo, com destaque para o salto trans-atlântico quando a Europa entrou em guerra. Nas obras expostas, percebe-se como e em que medida o surrealismo se transformou quando chegou a Nova Iorque a a Filadélfia.
Le Viol, Magritte
A exposição (fui no Domingo) estava a transbordar, com filas intermináveis e desesperantes. Mas tudo se passa na maior organização, sem atropelos e sem gritos: à entrada, para os incautos, fica feito o aviso. Abençoado povo.
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