25/10/2010

Lavadores de janelas



Foi no terraço do 55º andar do Mori-Building, em Roppongi, que os vi entrar numa caixinha pequena, onde mal cabiam dois homens de pé, mais os adereços (teriam medo?). Um guindaste de aço agarrava-os à vida, suspensos a muitos de metros de altura – 238, para ser rigoroso. Deviam ter frio, ali expostos a um vento inclemente que, do alto, varria a cidade. Eram dois pontos mínimos, suspensos no ar. Vivem onde os olhos não alcançam, estes aprendizes de pássaro. Qualquer dia vou candidatar-me a ser lavador de janelas em arranha-céus. Pintor do céu, para ver o mundo de cima, como os anjos.

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