Silêncio, de Shusaku Endo
Correndo o ano da graça de 1636, Roma e Lisboa recebem, com incredibilidade, a notícia que o Padre Cristóvão Ferreira, jesuíta devoto e pregador exemplar, tinha negado a fé cristã, lá longe, em Nagasáqui, onde exercia o mister de Cristo. Amigos e discípulos lembravam o fervor do clérigo e recusaram-se aceitar que Ferreira tivesse soçobrado na crença perante um Japão adverso e budista. O Padre Sebastião Rodrigues, ex-pupilo de Ferreira, parte em busca do antigo mestre, vencendo marés e adversidades e aporta em Macau antes de prosseguir para essa terra estranha, ilha grande para lá da China, como dissera Marco Pólo.
Continuar a ler a minha recensão aqui.
Uma obra absolutamente magnífica, diga-se.
ResponderEliminarPergunto-me a mim mesmo se a maioria dos leitores desta novela terá noção de que a história do Padre Cristovão Ferreira é absolutamente verídica (a esse respeito VER|LER: "The Christian Century in Japan, 1549 - 1650", de C.R. Boxer), ainda que romanceada, aqui, pela pena de Endo Shusaku, e por modo a narrar-nos ess'outra de Sebastião Rodrigues e Francisco Garrpe — estes sim, assim creio, puramente fictícios.
Provavelmente o melhor livro sobre o significado da Fé que até hoje li.
Vale, sinceramente, a pena, logo após concluir a leitura de "Silêncio", pegar na obra de Boxer que aqui deixo de referência — ainda que denso e de leitura demorada, essencial para compreender o período em causa.
Meus mais amigáveis cumprimentos,
Luís Afonso, Fukuoka