QUIOTO: Gion vs. Pontocho, ou a importância das geixas
- Terá de esperar pelo menos três anos... Além disso, Chi-Chan vai para Pontocho no ano que vem.
- Para Pontocho? Mas porquê?
- Quer ser maiko. Está doida por isso.
- Se quer ser aluna de gueixa, não será melhor Gion?
E no seu íntimo olhava-a convencido de que aquela rapariga, fosse para Gion ou para qualquer outro lado, se tornaria numa maiko de grande classe.
Quioto, de Yasunary Kawabata (edição portuguesa na D. Quioxote)
Comprei há dias um tijolão de quase um milhar de páginas que explica tudo o que alguém pode querer saber sobre o fascinante, misterioso e requintadíssimo mundo das gueixas. Mas na contra-capa de uma edição americana faz-se a advertência: só espíritos apressados e ignorantes (leia-se europeus, numa matriz conceptual que agora não vale a pena desenvolver) pensam que gueixas são prostitutas finas. Nada disso: gueixas são, na tradição japonesa, senhoras de educação esmeradíssima que fazem companhia aos homens, conversam durante um jantar e cantam ou representam as artes tradicionais.
Difícil para um ocidental perceber isso? Será. Mas é sempre bom lembrar, como Shakespeare dizia a Horácio, que há mais coisas no céu e na terra do que a nossa vã filosofia pode imaginar. Japão incluído.
(foto de uma gueixa em Pontocho/ Quioto)
Gostaria de saber qual o nome do livro "tijolão de quase um milhar de páginas" e autor...
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