"MASS" CULTURE - I, a manga
Costuma aqui dizer-se, com muito exagero de simplificação, que o Japão contemporâneo vive a "MASS culture", a cultura da Manga, Anime, Sushi e Sashimi.
A manga - ou banda desenhada - é uma tradição muito antiga, que se julga remontar ao século VIII. Era, na altura, uma compilação de paisagens e desenhos da natureza, evoluindo depois para retratos simplificados de pessoas ou manuais de guerra.
Foi a partir do início do século XX, dizem os estudiosos que por influência americana, que começaram a ser publicados os álbuns com "estórias" que se foram espalhando e popularizando, algumas vezes cumprindo funções de propaganda política mas sempre atraindo número enorme de leitores.
Loja de manga em Tóquio
Hoje a manga é uma indústria em larga escala, movimentando cerca de 3 mil milhões de euros por ano e constituindo valência nobre das editoras. A mais famosa revista de manga é editada pela Shueisha, que é o equivalente à portuguesa Leya.
Há estilos variadíssimos de manga, sublinhando os seus críticos que têm como traço comum um tom de permanente violência e uma esteriotipização do papel dos sexos. Mas isso não impede de ser um fenómeno global, exportável e inseparável da cultura japonesa. Qualquer loja de conveniência tem um canto onde vende revistas manga e à hora de almoço é normal ver-se clientes que se amontoam para ver as novidades.
Ao domingo à tarde, o fenómeno ganha vida real e pelo Parque Yoyogi e por Harajuku os leitores mais vidrados - homens e mulheres - mascaram-se com os trajes do seu personagem favorito e passeiam tranquilamente em Omotesando. Como se não houvesse amanhã.
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