21/04/2011



CAMPANHA ELEITORAL À JAPONESA





No próximo domingo, o Japão escolhe 88 presidentes de câmara e 283 assembleias municipais. O debate foi discreto, arredado da imprensa e refém da catástrofe do mês passado. O mais curioso para um observador externo é olhar para a campanha: o silêncio das cidades japonesas (mesmo numa grande capital como Tóquio) é rompido por carros semi-alegóricos que desfilam debitando decibéis de promessas. Distribuem-se folhetos e as "arruadas" (o termo é absolutamente impróprio, uso-o só para comparação com a terminologia portuguesa) não são muito diferentes: o candidato avança rodeado da equipa com bandeiras, distribuiu sorrisos e cumprimenta com vénias os passantes. O mais curioso é que, por razão que não descortino imediatamente, os membros do staff de campanha estão marcarados e acenam mecanicamente e sem cessar como se fossem uma família real no varandim dum palácio europeu.

Um aspecto muito curioso é que a grande maioria das listas a sufrágio, não são de partidos: são de grupos independentes de cidadãos. O poder local (as eleições são para o nível "mais baixo", equivalente à nossa freguesia, aqui correspondente ao "ku") não é coutada partidária mas sim da sociedade civil.

Nem vale a pena dizer que não há um cartaz colado nas paredes, nem um papel pelo chão. Semanas antes de começar a campanha, foram postos em vários pontos da cidade uns painéis de madeira, com divisórias, sendo que cada grupo concorrente afixa a sua propoganda apenas e só no pequeno quadrado que lhe está adstrito (ver foto em cima).

Esta manhã, dei com este cartaz onde constatei - não sem agrado - que um conhecido e popular político português é candidato em Chiyoda-ku. Sempre foi um homem do mundo.


Sem comentários:

Enviar um comentário