12/02/2010

SEXO E LITERATURA


EXCELENTE a reportagem do Ipsílon sobre sexo e literatura e a conclusão generalizada que as nossas letras têm muita dificuldade em escrever sobre o tema (como alguém nota, é sobretudo falta de vocabulário, se cotejarmos com o que se passa no Brasil). Os melhores, em meu entender: Lídia Jorge ("A última dona" tem uma cena de sexo num motel que é um monumento à subtileza sem nunca perder a pressão erótica), Patrícia Melo ("Inferno", o binómio violência/ submissão), Jorge de Sena ("Sinais de Fogo", dezenas de páginas de pura pulsão sexual) e Agustina ("Vale Abraão": «amava a intimidade da mulher, a carne nua, a carícia que o sono tornava pueril; amava o todo desejável que completa a vida conjugal, a conversa de cama, a felicidade de berçário que se respira num quarto de casal nas horas em que reina uma ordem espiritual. (...) A alma é o risco proposto pelo corpo»).

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